domingo, 1 de maio de 2011

Dating, dating...


Como prometido, falei que voltaria! Escolhi falar sobre um assunto hoje que já venho observando nesse meu período fora do Brasil. "Dating," em inglês, seria traduzido para o nosso "saindo." Logo, se você está "dating," você está saindo com uma pessoa. O fascinante é quanto o processo aqui nos EUA é completamente diferente do processo brasileiro.

Sabe quando você tem 13 anos de idade, não tem experiência nenhuma em coisa nenhuma, e quer por que quer ficar com o(a) fulaninho(a) de tal? Daí você pede para aquele seu amigo legal ir lá e arranjar a pessoa para você? Eis que o menino(a) te espera no local pré determinado, você chega lá com aquela cara de "ai meu Deus, o que que eu faço agora?" + sorrisinho sem graça, conversa, conversa, conversa, conversa, e chega uma hora vocês botam a língua na garganta um do outro porque, afinal, foi o que vocês foram fazer lá. Resumindo, uma situação forçada, e nem um pouco espontânea. Pois é, a coisa aqui é desse jeito, mas em outra esfera. Mas tudo tem um molde para acontecer, não é nada espontâneo.

Esse fim de semana, conversei com alguns amigos meus sobre como funciona esse esquema do "dating" americano. Aqui o que eu ouvi da boca deles:

- Tudo começa com o telefone da garota. Por exemplo, você conhece a menina numa festa, bate um papo, faz um social e pede o telefone da garota. Pára por aí.
Poxa, se você gostou da garota, porque não continuar conversando... ai...

- Dia seguinte, ou 2 dias depois, você telefona para garota e convida ela para tomar um café, de preferência no meio da tarde, de dia de semana, para não comprometer muito.
Ok, eu gosto da idéia de conversar para conhecer melhor antes de se partir para alguma coisa, mas a situação é tão forçada que eu, se fosse o caso, sentiria obrigada a me comportar de determinada maneira para que algo suceda, não seria espontânea - e é o que eu acredito que aconteça com as meninas americanas.

- Dias depois do café, você convida a menina para "hang-out" (passar um tempo junto). Dar uma passeada no parque, fazer uma caminhada, assistir um jogo... o importante é que os dois estejam mais a sós que na situação do café.
Enrola, enrola, enrola... eu, como mulher, nesse ponto já estaria indagando "o que esse cara quer comigo, que a gente sai, sai, sai, e ele não investe em nada!? Será que ele gosta mesmo de mulher???"

- Aí sim, finalmente, o quarto encontro. A noite, de preferência, final de semana. Famosa dupla cineminha-jantar, deixa-se a menina escolher o filme. Depois leva para um restaurante legal, e no fim da noite, SE A MENINA MOSTRAR INTERESSE, você pode arriscar um beijo de boa noite quando for deixar ela em casa.
Ahn???

Meo Deos, que coisa é essa? Só um detalhe esclarecedor antes de eu expressar minha revolta: até esse ponto, o rapaz não encostou a mão na moça. Sério. Não pegou na mão, não abraçou no cinema, não guiou pela cintura. Nada. Malemá enconsta-se a bochecha para cumprimentar. E, conversando ainda com esses meus amigos, eles realmente esperam a menina dar uma investida - pegar no braço, na mão, cabelo, perna, etc. - para eles terem certeza que elas estão afim mesmo. Conclusão, se a garota não for americana, e se comportar como uma menina normal, ao chegar na porta de casa, se ela só disser boa noite, ela corre o risco de ficar esperando com cara de tacho o rapaz se aproximar para dar um beijo de boa noite. Claro que se o momento passa, ela abre a fechadura e a noite acaba. Se isso acontece, o cara ainda sai decepcionado, achando que a menina não quer nada com ele, se sentindo um fracassado... hombridade mandou lembrança.

Não é a toa que homem americano tem fama de bunda mole e mulher americana tem fama de vagabunda. Em qualquer outro lugar do mundo, um homem que não demonstra para mulher que a deseja jamais vai ter o interesse dela. Não é a toa também que meus amigos americanos não entendem como um homem latino chega e leva a mesma mulher que eles levaram para sair quatro vezes e nada aconteceu, em duas horas! E viva o homem brasileiro!!!

Bjus a todos!
Ju